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sábado, 12 de abril de 2008

Passarinho’s Bar – Um Resistente

CHICO LIRA
Alguns lugares nos marcam como os grandes amores.
Há 25 anos, estrategicamente localizado na confluência das avenidas Presidente Castelo Branco (a da orla, no número 134) com Brigadeiro Faria Lima, na Praia do Forte, o Passarinho’s Bar vem se sustentando (foram vários os planos econômicos que ele resistiu) como o mais democrático “point” da cidade.
Os conservadores de Praia Grande já falaram tudo o que quiseram deste já antológico bar, conhecido em outros torrões do estado e do país, mas o Passarinho’s é exatamente o anticlímax dos clichês e estereótipos que alimentaram dele ao longo de mais de duas décadas.
Pelo seu pequeno palco já passaram grandes nomes da cena rock’roll brasileira, como o pessoal da banda Golpe de Estado e os aborígenes músicos da saudosa Vulcano (banda de rock praiagrandense que fez sucesso nacional nos anos de 1980). Porém foram seus assíduos freqüentadores, jovens personagens das mais variadas tribos: surfistas, skatistas, motoqueiros, artistas, autônomos, comerciantes e profissionais liberais, que escreveram a história deste célebre espaço noturno da cidade.
Claro que o Passarinho’s também construiu sua “boa fama”, pelo clima saudavelmente “noir-marítimo”, seus balcões e banquetas de madeira escura, sua cerveja sempre geladíssima, suas tevês e telão ligados no clima surf-rock, os enormes e acolhedores guarda-sóis da sua varanda, sua despojada decoração e os incríveis sanduíches do caprichoso Gaúcho (“O Campeão”). Foram tantos detalhes para alicerçar a sobrevivência da casa, que a luta nunca foi fácil para os detratores desta alegre casa praiana.
Alíás, a dupla Gaúcho-Celso, sócios do empreendimento, é a prova cabal que existem casamentos comerciais que dão certo. Pelo menos, jamais deixaram transparecer qualquer desentendimento, recebendo sempre os clientes com consideração e pás de profissionalismo. Eu mesmo dou este depoimento: estamos falando de dois grandes profissionais da noite, que farão escola em qualquer lugar que forem. E olhe que sou do tempo do Cláudio “Passarinho”, que mesmo com pouco tempo à frente, digo por trás dos balcões, emprestou seu apelido ao famoso bar do Forte.
Pois é, justamente agora, quando o bar completa suas Bodas de Prata, seus donos anunciam o seu fim em Praia Grande (soube que vão abrir noutro estado). Eu que já chorei o fechamento de algumas portas ilustres, como foram os casos da Pizzaria Recanto das Rosas, e do Bar e Restaurante do Décio (onde hoje é a concorrida Choperia Pepita’s), tenho consciência que nenhum fez tanta falta, provocou lacuna tão grande, quanto o mágico ambiente do Passarinho’s provocará.
Resta saber pra onde iremos nas madrugadas de sábado.

4 comentários:

Anônimo disse...

" Alguns lugares nos marcam como os grandes amores"

Bastaria ler esta frase para perceber a inscrição do Passarinho's bar na geografia afectiva da cidade e na diversididade dos que por lá foram e aconteceram nos seus 25 anos de existência viva.
É curioso notar como a autor adjectiva este bar -resistente- exactamente no anúncio do seu fim. Como que a prolongar o amor, o lugar e a "marca" e a acreditar que a memória faz o resto, actue contra o esquecimento e resista.
Como acontece com os grandes amores, afinal. Ainda que as madrugadas de sábados sejam outras!

Manuela Aleixo

Anônimo disse...

Ícone da Praia Grande.....fez , ta fazendo e sempre fará falta na PGLS.......é nois...passarinhos bar devera ser patrimonio estadual quiça nacional.......grande saudade....abraço a tds......sangue fortlocal é nois

Piri disse...

Passarinhos lá eu curti muito

Anônimo disse...

NOFX passou por lá?