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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Uma Outra Leitura

Chico Lira
Não tenho nenhuma dúvida que o vereador Heitor Orlando Sanchez Toschi, o Totô, é um dos mais fortes candidatos ao Legislativo de Praia Grande. Mas não entendi o porquê, apenas o seu nome aparece por inteiro na pesquisa realizada no último dia 3 de junho, pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), que ouviu 816 pessoas em vários bairros da cidade.
Se o jornal A Tribuna sabe que Totô é Heitor Orlando Sanchez Toschi, que aparece em primeiro lugar, com 1,5% na intenção espontânea de votos, também devia ter a informação que o vereador Rezende, que aparece com 1,1% na pesquisa, é o mesmo Toninho Rezende (0,7%) e o mesmo Antonio Rezende (0,1%). Ou seja, Antonio Rezende, ou Toninho Rezende, ou simplesmente Rezende, obteve 1,9 entre os pré-candidatos citados. Assim, Rezende, e não Totô é quem devia liderar o recente levantamento.
Quando sugiro outra leitura para a pesquisa, é que entendo que o IPAT devia usar outra metodologia e atentar para fatos como este acima. Até porque sabemos que nada é mais indutor de votos, que estas pesquisas pré-eleitorais. E esta minha observação é apenas o desejo de se fazer justiça.
Vi na mesma lista outros casos, não de “triplicidade” nominal, como foi o caso de Rezende, mas de “duplicidades”. Foram os casos de Edgar Chapéu (0,5%) e Edgar Garcia (0,1%) e de Dantas (0,2%) e Jorge Dantas (0,1%). Estes também tiveram seus nomes “fraturados”, como os mais lembrados para nossa Casa de Leis. Pesquisa que nos chama atenção pelo o altíssimo número de indecisos: 68,8%.
Todos os atuais vereadores foram “votados”. Uns mais, outros menos. Dos 13 atuais parlamentares praiagrandenses, apenas Arnaldo Amaral, presidente da Câmara, não concorre à reeleição. Ele é pré-candidato a vice-prefeito na coligação encabeçada pelo PSDB, que tem Roberto Francisco como pré-candidato ao Executivo municipal.
E aqui não podemos deixar de registrar, que os pré-candidatos do PSDB (só serão candidatos após o dia 5 de julho, após as convenções partidárias) foram disparados os mais lembrados na referida pesquisa (Rezende, Totô, Toninho Cavalcante, Cássio Navarro e Edson Milan), juntamente com Barriga e Chiquinho Caiçara, ambos do PPS, partido que deve se coligar ao PSDB.
Portanto, se a pesquisa falhou na não unificação dos nomes dos candidatos, serviu para apontar claramente um dado importante. É que Alexandre Cunha (PMDB), que lidera a pesquisa para prefeito com 4,9% das intenções de votos, possui poucos candidatos com peso eleitoral ao Legislativo. Ao contrário, Roberto Francisco (PSDB), que aparece em segundo lugar, com 2,8 das intenções, deve em curto prazo reverter esta situação. É que todos os grandes puxadores de votos o apóiam.
Entre os mais de 80 nomes que aparecem no listão do IPAT, alguns não disputam cadeiras para Câmara. São os casos do atual prefeito Alberto Mourão, o vice-prefeito Alexandre Cunha, o ex-vereador Neno, e o candidato a prefeito de Praia Grande pelo Partido Verde, Popó.
Na pesquisa aparecem nomes que estão estreando na política, como a rainha dos caminhoneiros Rita Cadilac (0,5%), e até um com nome folclórico: Boi Louco (0,1%). Observamos que não aparece nenhum “Zé” na pesquisa, mas Joãos não faltam: Cordeiro, Alves, Português, do Bar e da Geladeira.
Por último, dizer que apenas oito mulheres aparecem no levantamento da A Tribuna, menos de 10% do total. Mas aí, nada a se estranhar: Praia Grande sempre foi uma cidade machista.

Um comentário:

Edgar disse...

Parabéns, Chico, não só pelo texto (tu leva jeito prarticulista, ein) como pela avaliação autêntica e lúcida da pesquisa do IPAT. Abraço.